quinta-feira, 17 de junho de 2010

A mula-sem-cabeça


A mula-sem-cabeça é um personagem de uma lenda do folclore brasileiro que possui corpo de eqüino e uma tocha de fogo no lugar da cabeça. De acordo com a região do nosso país pode haver variações na nomenclatura utilizada, podendo ser chamada de: “Mulher de Padre”, “Mula de Padre”, “Mula Preta”, entre outros.

Entre as diversas descrições que existem é comum atribuir à mula-sem-cabeça as seguintes características:

- sua cor é sempre marrom ou preta;
- não possui cabeça, mas sim uma tocha de fogo no lugar;
- traz, nos cascos, ferraduras de ouro ou de prata que fazem um enorme barulho;
- relincha muito alto podendo ser ouvida há muita distância;
- costuma imitar gemido humano;
- só aparece altas horas da madrugada e dá preferência às noites de quinta e de sexta-feira quando faz lua cheia;


Como é comum às histórias populares não se sabe ao certo quando nem em que região brasileira surgiu essa lenda. O certo, é que é uma história contada com o firme intuito de assustar as meninas e moças dos povoados brasileiros desde os primeiros séculos. Dessa forma os pais buscavam manter, por meio do medo, o controle das filhas e a garantia da manutenção de princípios morais.

A versão mais conhecida

A versão mais conhecida e tradicional da lenda conta que, há muitos anos uma jovem e um padre de um arraial do interior do Brasil, se apaixonaram e tiveram um relacionamento amoroso. Como castigo pelo pecado cometido recaiu sobre a moça uma maldição que a condicionou para todo o sempre a transformar-se, em determinadas noites, em uma terrível mula de cabeça de fogo que sai pelas ruas “cumprindo o seu fadário, a correr desabaladamente, ao fúnebre tilintar de cadeias que arrasta, amedrontando os supersticiosos” (Aurélio, 2004). Acreditam então, os mais supersticiosos, que sempre que, em algum lugar, uma mulher e um padre tiverem um relacionamento amoroso a maldição se repetirá.

Diz o dito popular que a mulher que carrega essa maldição procura sempre uma encruzilhada para se transformar na assombração. Daí percorre “sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar alguém chupa seus olhos, unhas e dedos” (site: http://sitededicas.uol.com.br/folk10.htm ). Por isso mesmo para não ser atacado, os mais velhos aconselham que quem a vir tem que jogar-se rapidamente de bruços no chão e esconder os olhos, as unhas, e os dentes. Embora não se saiba qual o motivo desse fascínio da mula por essas partes do corpo, dizem que essa estratégia funciona e que feito isso a besta se afasta.

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